Como foi dito, este projeto tem como referência a dissertação de Mestrado “A História bem na Foto: fotojornalistas e a consciência da história”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada – PPGHC/IFCS da UFRJ, em Julho de 2008. Partindo de depoimentos de fotógrafos profissionais sobre as suas fotos históricas, por eles mesmos escolhidas e justificadas (disponíveis na série de blogs A História bem na Foto), foi possível supor categorias de fotos históricas, que serão progressivamente apresentado neste blog.
Curioso foi perceber que uma categoria praticamente óbvia tornou-se a última a aparecer entre os depoimentos...
Trata-se do que poderíamos chamar de “mero passar do tempo”.
Trata-se do que poderíamos chamar de “mero passar do tempo”.
Sem dúvida, o fato relevante, a notícia, é a grande matéria-prima do fotojornalismo (e, afinal, da própria História). Mas, há muito mais acontecendo e disto a explosão das notícias não dá conta. Há todo um passivo e pacífico mundo de eventos no cotidiano das ações humanas, que a fotografia (em grande parte e felizmente) vem registrando desde os seus primórdios, para ficar no chavão. E é desta mesma maneira, passiva e pacificamente, que estas imagens vão se tornando históricas...
Quem finalmente trouxe esta foto exemplar foi Georges Racz, com a sabedoria de toda uma vida voltada para a fotografia, o cinema e a crítica de arte, em grande parte através da imprensa.
Ele a chamou de “O nascimento de uma paixão” e é a foto de um dos primeiros desfiles, no já distante ano de 1961, da hoje poderosa Escola de Samba Unidos da Tijuca, do Rio de Janeiro.
-->É o próprio Racz quem explica:
A fotografia tem muitas funções. Mas, algumas são especiais, porque registram a história e, em outras, a mudam, como as fotos de Lewis Hine sobre as horríveis condições de trabalho infantil nos EEUU no século 19.
Claro, este singelo instantâneo não tem esta importância. Mas, para o historiador de amanhã poderá ser uma senda.
O mais importante é que de algo sem História saiu mais uma História.
A própria sobrevivência do registro vem garantir valor histórico à fotografia: o tempo fez dela uma âncora...
Georges Racz, fotógrafo e cineasta, nasceu na Hungria (1937).
Formou-se em Ciências Sociais pela PUC-RJ (1964).
Foi professor de Sociologia, Fotografia, Cinema e Artes Visuais,
implantou cursos de Fotografia do Museu de Arte Moderna RJ,
que coordenou entre 1972 e 1976.
Um dos criadores e presidente do grupo Photogaleria, 1973.
Crítico de arte, principalmente na revista Visão, entre 1976 e 1990.
Expôs fotografias com freqüência nas décadas de 70 e 80,
tem trabalhos nas coleções do MAM-RJ,
MNBA-RJ e The Art Museum of Chicago (EUA).
Para o Instituto Itaú Cultural é um dos
80 mais importantes fotógrafos do século XX,
3 comentários:
Márcia Martins Olimpio, via Facebook: "Conteúdo excelente, Guina. Parabéns! Vou compartilhar."
Via Facebook e e-mails >
Liliane Schwob escreveu: Muito bom Guina, parabéns!!
Tania Malheiros > Muito bom!! E que bela foto da Unidos da Tijuca! Parabéns.
Georges Racz: Excelente seu blog, Guina! Meu pai fez a imagem há 50 anos e você a resgatou. (via Facebook)
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